segunda-feira, 12 de maio de 2008

A Iniciação na Casa do Axé de Odé

por Babalorixá Walter de Odé Nitá

Mesmo no século 21 os Cultos Afros Brasileiros ainda se perpetuam a concepção da Oralidade (fundamentos passados de Pai para filho) embora numa escala menor, mas com a era da informatização muito se diz e muito se fala desta ou daquela raíz que para nosso conceito e pensamento é muito interessante e de direito saber donde viemos, quem somos e o que seremos no futuro com relação as nossas tradições que vão se perdendo no emaranhado de dúvidas criadas por oportunistas de plantão que fazem questão de serem donos da verdade e da sabedoria.
O Agbô Ilê Asé passou por essa fase e não quer deixar o que resgatamos e plantamos se perder por conta da falta de registro e de repasse a quem queira saber, aprender e ser multiplicador da aprendizagem dos Erós.
Quando fui iniciado eu ouvia muitas conversas que não batiam com meu modo de pensar o amor e o respeito pela tradição de meus antepassados que muito contribuíram para essa maravilha de nação que é nosso Brasil; terra de todas as tradições do mundo aqui aportadas.Orisá para mim sempre foi e sempre será absoluto em minha vida.
Entrando no assunto da iniciação, ao recolher um àbían, supõe-se que já se tenha feito a consulta Oracular para saber o Orisá do novo filho a ser iniciado e esse mesmo já tenha um certo tempo no Axé (no templo). Digo isso por achar que um abían ao chegar no Templo não deva ser logo iniciado (salvo força maior).
Ao freqüentar o Ilê por um certo tempo dará para passar por ebós propiciatórios, para ir verificando alguns tópicos importantes tanto dentro dos rituais em si, bem como a sua adaptação no Templo e vice versa, pois a pessoa pode gostar muito do Axé mas não ser aceita por incompatibilidade de idéias e comportamento, bem como a recípocra.


Foto 1 - A iniciação da Yá Omi Kelegí

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